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Atriz protesta nua no 'Oscar da França' contra falta de apoio para cultura na pandemia

Uma atriz francesa protestou nua nesta sexta-feira (12/03) no Prêmio César — o mais importante do cinema francês — dominado por reivindicações para que o governo faça mais para apoiar a cultura durante a pandemia do coronavírus. Os cinemas estão fechados na França há mais de três meses. BBC News  Corinne Masiero foi convidada para apresentar o prêmio de melhor figurino na cerimônia, que foi realizada com distanciamento social dos convidados. Ela vestiu uma fantasia de pele de burro. No palco, ela tirou a pele, revelando um vestido manchado de sangue, antes de se despir. Corinne Masiero (à esquerda) foi convidada para a cerimônia para apresentar um prêmio... e assim foi como ela terminou | EPA No seu corpo, estava escrita a mensagem "Sem cultura, sem futuro". E apelando diretamente ao primeiro-ministro francês Jean Castex, Masiero tinha outro slogan escrito nas suas costas que dizia: "Devolva a arte, Jean". Outros atores e diretores fizeram exigências semelhantes dur

Tesouros da arte: Fotografias, pinturas e projetos

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Este livro encantador combina obras de arte deslumbrantes de várias partes do mundo com fantásticos projetos, que trarão muita inspiração a você! Inclui pinturas europeias famosas, delicadas impressões japonesas e máscaras africanas tradicionais. Cada obra é acompanhada por um projeto baseado nas ideias ou métodos utilizados pelos artistas.

Marius Petipa, o homem que fez do balé russo o melhor do mundo

O mundo da dança comemorou, em 11 de março, os 200 anos do nascimento do coreógrafo, que tem suas montagens executadas nos palcos até hoje.


Anna Galaida | Russia Beyond

O nome de Marius Petipa está nos pôsteres dos espetáculos de balé mais famosos do mundo. É só procurar nos créditos de "Lago dos Cisnes", "A Bela Adormecida", "La Bayadère", "Giselle", "Dom Quixote" ou "O Quebra-nozes".


Artista russo e mestre do balé, Marius Petipa, 1878 | Sputnik

Seu retrato também é facilmente reconhecível em muitas paredes de escolas e camarins: um senhor com sorriso suave, ostentando uma barba curta e bem penteada.

Em 2018 se comemora o Ano de Petipa, por conta do aniversário de 200 anos de seu nascimento.

E, conforme a data exata (11 de março) se aproximava, a única certeza era a de que nunca se soube muito sobre o homem por trás do mito que criou o fenômeno artístico do balé russo.

A construção de uma lenda

Foi o próprio Petipa que se transformou em lenda. Nascido em Marselha, França, em uma família ligada ao teatro, tinha um talento inato para farejar o sucesso e um gosto especial pela aventura.

Sem isso, ele dificilmente teria seguido a carreira artística. Para conseguir contratos, Petipa não hesitava em mentir sobre sua data de nascimento, fingindo ser o próprio irmão.

Seu temperamento incontrolável o colocou em aventuras amorosas que o levaram para a Espanha. Também lutou como um leão para arrancar cada centavo possível da corte russa.

Petipa não tinha nenhum problema em pegar emprestadas ideias - e até mesmo cenas - de espetáculos alheios.

Aos 85 anos, o diretor do balé do Teatro Imperial de São Petersburgo transformou sua vida tempestuosa e apaixonada em uma autobiografia fantástica.

Por 100 anos, as memórias de Petipa foram reimpressas inúmeras vezes e serviram como base para diversos biógrafos.

Plagiador ou gênio da originalidade?

Quando o assunto são suas criações, o tema fica bem complicado. Petipa trabalhou na Rússia por quase 60 anos, 40 deles como diretor de balé do Teatro Imperial de São Petersburgo.

Durante o período, ele criou mais de 100 coreografias em dezenas de óperas. Hoje o nome de Petipa é sinônimo do maior legado do balé clássico mundial.

Ele é citado como autor, ou ao menos responsável pelas adaptações, de todas as montagens populares do século 19 que chegaram aos dias atuais. A exceção é "La Sylphide", do coreógrafo dinamarquês August Bournoville.

O trabalho de Petipa vai além da popularidade das peças e é muito mais significativo.

De fato, não foi ele que criou os clássicos, ou que adaptou a dança nacional para os palcos, ou ainda que desenvolveu a técnica da ponta.

Ele também não construiu os princípios da hierarquia da dança e não inventou o balé de ação ou de pantomina (uma linguagem plástica que os protagonistas usam entre os números).

Talvez ele nem seja, como se acredita, o mais inventivo dos coreógrafos. Petipa foi reprimido por usar ideias de Jules Perrot e de Arthur Saint-Léon e nunca escondeu que ia às aulas de Christian Johansson, na Escola de Balé Imperial, para copiar trechos de coreografias originais.

Mas foi Petipa que, em um tempo no qual o balé na Europa tinha se degenerado para simples apresentações, exilou-se em uma Rússia distante e produziu um trabalho imensurável.

Ele deu forma à melhor companhia de balé do mundo e, nas produções que criou para ela, resumiu e sintetizou tudo o que se conhecia sobre os dois séculos de profissionalização da dança.

Inspiração aos coreógrafos de hoje

Durante um século, os seguidores de Petipa juraram lealdade ao seu legado, cortando pedaços de tecido dourado das peças do coreógrafo e modelando-as como no seu tempo.

A biblioteca da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, guarda o acervo do assistente de Petipa, Nikolai Sergueiev, que contém anotações coreográficas raras de produções feitas no início do século 20.

Até o início do século 21, elas eram desconhecidas de bailarinos e teóricos da dança, mas hoje servem como prova definitiva de que algumas montagens de São Petersburgo foram modificadas até ficarem irreconhecíveis.

Mas é justamente o trabalho de Petipa que inspira seus seguidores a interagir com o balé clássico e revisá-lo, transformá-lo e estudá-lo incansavelmente.

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