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Destaques

Atriz protesta nua no 'Oscar da França' contra falta de apoio para cultura na pandemia

Uma atriz francesa protestou nua nesta sexta-feira (12/03) no Prêmio César — o mais importante do cinema francês — dominado por reivindicações para que o governo faça mais para apoiar a cultura durante a pandemia do coronavírus. Os cinemas estão fechados na França há mais de três meses. BBC News  Corinne Masiero foi convidada para apresentar o prêmio de melhor figurino na cerimônia, que foi realizada com distanciamento social dos convidados. Ela vestiu uma fantasia de pele de burro. No palco, ela tirou a pele, revelando um vestido manchado de sangue, antes de se despir. Corinne Masiero (à esquerda) foi convidada para a cerimônia para apresentar um prêmio... e assim foi como ela terminou | EPA No seu corpo, estava escrita a mensagem "Sem cultura, sem futuro". E apelando diretamente ao primeiro-ministro francês Jean Castex, Masiero tinha outro slogan escrito nas suas costas que dizia: "Devolva a arte, Jean". Outros atores e diretores fizeram exigências semelhantes dur

Tesouros da arte: Fotografias, pinturas e projetos

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Este livro encantador combina obras de arte deslumbrantes de várias partes do mundo com fantásticos projetos, que trarão muita inspiração a você! Inclui pinturas europeias famosas, delicadas impressões japonesas e máscaras africanas tradicionais. Cada obra é acompanhada por um projeto baseado nas ideias ou métodos utilizados pelos artistas.

Documentário brasileiro critica evangelização indígena no Festival de Berlim

O cineasta brasileiro Luiz Bolognesi estreou neste sábado no Festival de Berlim, na Alemanha, seu documentário "Ex-Pajé", que retrata a ameaça das igrejas evangélicas e da modernização ocidental para a identidade cultural dos povos indígenas contemporâneos.


Elena Garuz | EFE

O filme, que concorre na seção Panorama, mantém o foco na figura de um antigo pajé do povo indígena Paiter Suruí, que foi obrigado a se converter ao cristianismo após ser acusado de vínculos com o diabo.


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Reprodução

A ideia inicial de Bolognesi, conforme o próprio diretor contou à Agência Efe, era rodar um documentário sobre os pajés, pois são essas pessoas que concentram "todo o conhecimento das populações das Américas antes da chegada dos brancos", já que os povos originais carecem de uma cultura escrita.

O projeto sofreu uma grande mudança quando Bolognesi iniciou sua pesquisa e conheceu o ex-pajé que acabou se tornando o protagonista de seu documentário.

O cineasta se deu conta de que este era o assunto do qual queria falar, "porque é, ao mesmo tempo, a história das Américas, de quando chegaram os portugueses, os espanhóis, os católicos, os jesuítas, os capuchinhos" e massacraram a cultura indígena.

Hoje, segundo Bolognesi, o papel da evangelização está sendo exercido pelas igrejas evangélicas, que têm correntes "fundamentalistas e muito agressivas" e apresentam grande crescimento no Brasil. Além disso, o trabalho destas igrejas é realizado de modo "muito violento", em particular, contra os pajés, ao os acusarem de terem ligação com o diabo, o que os leva a serem perseguidos por seu próprio povo.

Algumas lideranças indígenas mostradas no filme afirmaram que a violência contra os pajés e a perseguição da igreja é, precisamente, o maior problema que os povos indígenas enfrentam atualmente no Brasil, por isso decidiram escrever um manifesto, que teria trechos lidos durante a apresentação do filme no festival.

O texto lembra que "em nome de um deus, homens missionários atacaram nos últimos séculos muitas outras formas de vida" e alerta que hoje se observa "o emergir de novas cruzadas de intolerância", especialmente de missões evangélicas.

Além disso, os indígenas denunciam que os evangelizadores "se aliam aos inimigos dos povos indígenas, com mineradores e lenhadores legais e ilegais, com o objetivo de explorar não apenas os elementos preciosos de suas terras, mas também de suas almas".

Segundo Bolognesi, "o encontro entre o interesse evangélico e o agrobusiness é estratégico", pois ambos formam uma rede que "trabalha em conjunto" e que tem como objetivo destruir a dimensão mitológica dos povos indígenas.

"Se acabamos com sua mitologia, a floresta já não tem valor mágico, já não tem valor simbólico, espiritual" e, assim, fica mais fácil convencer os povos indígenas a destruir tudo e a despertar neles o interesse pelo dinheiro, comentou o cineasta.

Para Bolognesi, é precisamente de sua relação mitológica com a floresta e com a terra que os ocidentais brancos têm algo a aprender.

"Falamos muito de sustentabilidade, esta é a palavra do momento, mas ninguém no mundo conhece mais de sustentabilidade que os povos indígenas das Américas", afirmou o cineasta.

Durante milhares de anos, explicou Bolognesi, os povos indígenas viveram de uma riqueza muito grande de carboidratos e proteínas, "sem destruir a diversidade de DNA que existe no mundo".

O diretor também ressaltou a necessidade de mobilização das pessoas, pois "não basta ter consciência e estar em casa reivindicando coisas através do Facebook".

"É necessário se emocionar, se indignar e ir para a ação", pois é preciso lutar pela preservação das culturas indígenas, concluiu o autor do documentário.

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